"O Nobre Jacarandá e o Machado Destruidor"
Pobre jacarandá
solitário tão sozinho
Antes imensa floresta
Hoje a beira do caminho
Pobre jacarandá
solitário tão sozinho
Antes imensa floresta
Hoje a beira do caminho
Resistindo a insana devastação
Através dos tempos quantos vieram ao chão?
Sou jacarandá
A minha extinção, não tarda acontecerá
Resisti a grandes tempestades
Que me jogavam pra lá e pra cá
Em sintonia com os ventos
E tormentas a me castigar
Que jamais iriam me derrubar
Hoje rendo-me aos homens
Este nobre jacarandá
A um machado destruidor
Que se põe a devastar
A cada golpe recebido,
Um gemido se espalha pelo ar
Madeiras seculares,transformadas em carvão
Árvores imponentes, antes habitavam este chão
Lágrimas sobre seu dorso a escorrer
Como olhos a chorar
A dor de um machado,a lhe sangrar
Em breve o nobre jacarandá
Deixará de existir
Aos golpes do machado não há como resistir
A natureza ceifada
A estes golpes destruidor
Sofre calada
Sentindo sua dor...
[O Poeta do Sertão]
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