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quarta-feira, 18 de novembro de 2015

BIO-ECONOMIA e planejamento:

"A bio-economia ajuda a planejar, é a contabilidade mais eficiente", diz pesquisador:

Por: Joana Colussi



"A bioeconomia ajuda a planejar, é a contabilidade mais eficiente", diz pesquisador Ascom/Unicamp
Para Ortega, publicações e seminários são cruciais para difundir os benefícios em adotar sistemaFoto: Ascom / Unicamp
Toda energia empregada direta ou indiretamente na produção agrícola, do uso do solo ao aproveitamento da água para fotossíntese, pode ser quantificada para medir o índice de sustentabilidade de uma propriedade rural.
Mais abrangente do que a contabilidade convencional que envolve custos de produção, a bio-economia consegue traçar um diagnóstico preciso para planejar o uso racional de recursos naturais.
Ainda pouco conhecido no Brasil, o método é preconizado por especialistas como um dos mais eficientes para aumentar a produção mesmo diante da escassez de recursos naturais.
Pesquisador na área há mais de 30 anos, o mexicano Enrique Ortega,
radicado no Brasil, estará em Porto Alegre nesta semana para
participar do 3º Simpósio da Ciência do Agronegócio, que terá a
 bio-economia como tema principal. Promovido pelo Centro de Estudos
 e Pesquisas em Agronegócios da Universidade Federal do Rio Grande
 do Sul (Cepan/UFRGS), o evento ocorre quinta e sexta-feira (saiba mais em 

A seguir, confira os principais trechos da entrevista com Ortega.
Como definir a bio-economia?
É a contabilidade mais eficiente, superior à contabilidade econômica convencional, pois leva em consideração as leis da termodinâmica, que são universais. A bio-economia preconiza que, após o crescimento, haverá um encolhimento da economia devido às limitações em alguns recursos importantes. A ciência econômica é boa quando não se tem empecilhos no crescimento, quando se começa a descobrir que o sistema não é tão simples quanto parece, a conta não pode se resumir a fluxos contábeis.
Como a bio-economia se relaciona com o agronegócio?
Entre os casos de estudo, podem ser incluídas todas as modalidades de produção no espaço rural, em quatro escalas diferentes: a cultura, o empreendimento, o espaço regional e a cadeia completa de produção. Isso inclui beneficiamento, transporte, distribuição, comercialização, consumo e reciclagem, com a medição da transferência de riqueza em cada etapa, além dos custos integrais.
A agricultura é demandada a suprir a sociedade de outros bens, como a produção de energia renovável e matérias-primas à indústria. Como avançar nessas áreas?
A bio-economia permite avaliar a sustentabilidade energética, o saldo líquido de energia, a taxa energética de investimento, o valor energético das contribuições da natureza, o valor energético dos subsídios, das perdas dos estoques internos dos sistemas rurais e dos impactos ambientas, sociais e climáticos. Com esses valores, expressos em termos de energia, é possível fazer um diagnóstico do desempenho termodinâmico do empreendimento ao longo da sua vida e considerar cenários de futuro. Em outras palavras, a bio-economia fornece informações de boa qualidade para o planejamento das atividades em uma região.
Como estimulá-la no Brasil?
Com seminários ou encontros regionais para divulgar as diferentes modalidades da bio-economia e com publicação de materiais de apoio, tais como manuais didáticos com exemplos de cálculo de indicadores de diversos tipos de sistemas, utilizando dados de casos reais.
Quais são as principais conquistas já obtidas pelo setor?
Algumas das metodologias da economia biológica ou biofísica já foram utilizadas no estudo dos sistemas de produção das principais culturas agrícolas. Os resultados revelam situações críticas na maioria dos sistemas estudados, com erosão do solo, perda da biodiversidade e redução de pessoas na atividade rural. Usando só métodos econômicos não é possível entender os fenômenos.
O Brasil tem vantagens naturais sobre outros países e capacidade para virar referência no setor. Esse potencial é desperdiçado hoje?
O país tem, em algumas regiões, condições favoráveis para a
produção de recursos e serviços. Em outras regiões, as
condições são limitadas pelas condições do meio.
O conhecimento oferecido pela bio-economia e outras
ciências ecológicas pode ajudar a melhorar o
planejamento das atividades que se desenvolvem em
uma bacia hidrográfica, que deve ser analisada como
um conjunto de sistemas que interagem no ecossistema.


Quais os fatores que ainda desencorajam os investimentos na área?
Ainda não se descobriu, nas agências de fomento nem nos grupos de análise de investimentos, o potencial que a bio-economia oferece para melhorar a qualidade da economia e recuperar a ecologia.
O ambiente regulatório é limitador?
É um desafio que deve ser abordado com as metodologias da bio-economia. Em muitos casos, o ambiente regulatório faz sentido e pode induzir o aprimoramento dos processos da cadeia alimentar, de forma integral.
Como promover engajamento?
Estudando a bio-economia e algumas de suas ferramentas de cálculo de indicadores termodinâmicos do desempenho dos sistemas. Depois, aplicando as metodologias de cálculo para estudar os diversos sistemas em uma bacia hidrográfica e as relações de intercâmbio dos subconjuntos da bacia com os mercados.
Quando o conceito de bio-economia será popular a ponto de atrair investimentos mais expressivos?
Quando a crise global colocar a necessidade de uma transição rumo a uma economia ecológica que gere benefícios ao ambiente e à população, incluindo a redução da emissão de gases de efeito estufa e a adoção de processos para atender as políticas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.

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