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domingo, 25 de dezembro de 2016

COMIDA ORGÂNICA:

Deixe de comprar comida orgânica 

se quiser salvar o planeta

Consumir 'orgânico' não faz de você amigo do meio ambiente: é uma 

ameaça para as florestas tropicais


organicos meio ambiente

Não poucos rótulos de produtos orgânicos (aqueles cujos
produtores garantem não ter sido tratados com nenhum 
tipo de pesticida que não seja natural, que foram 
cultivados respeitando os ciclos próprios da natureza 
e não foram modificados geneticamente) prometem 
não apenas um sabor autêntico, mas que ao 
escolhê-los você contribuirá para preservar a 
natureza. Na Espanha, 36% das pessoas que 
consomem produtos orgânicos o fazem movidos 
por motivos ambientais, segundo uma pesquisa 
de 2014 do Ministério da Agricultura. Se você é dos 
que acreditam que ao comprar estes alimentos contribui
 para salvar o planeta, poderia estar incorrendo em um
 erro: um artigo recente publicado na New Scientist 
afirma que é um tipo de agricultura menos eficiente, 
com a qual não se reduzem as emissões de CO2 e 
que, além disso seus produtos não são necessariamente 
mais saudáveis.
“Está na moda aderir ao orgânico pelo atrativo da palavra,
mas ninguém tem ideia de como é produzido”,
sentencia o engenheiro agrônomo Marco Antonio Oltra,
 professor associado de Fisiologia Vegetal na Universidade
de Alicante. Para este especialista, uma produção
totalmente orgânica não abasteceria toda a população:
 “Somos 7 bilhões de pessoas diante de 1% de produção
orgânica. Mudar para uma agricultura orgânica faria com
que metade da população mundial deixasse de comer.
Só se cultiva assim em regiões onde faltam meios para a
 agricultura técnica, como na Índia ou em alguns países
africanos. Mas não são levados pelo respeito ao
meio ambiente, embora o consumidor ignore isto. Muitos
 consumidores associam o orgânico ao bom”, opina o
especialista.
Embora você não perceba, a agricultura orgânica demanda
 a utilização de mais terras por causa de seu baixo
rendimento em relação à convencional, o que leva à
degradação de ecossistemas como as florestas nas zonas
tropicais. Uma pesquisa publicada na Nature em 2012,
baseada em uma meta-análise (um procedimento estatístico
avançado) de todos os dados publicados, concluía que a
produção orgânica produz entre 5% e 34% menos que
 a convencional. “Para satisfazer as necessidades da crescente
população [em 2050 terá aumentado em 1 bilhão de habitantes,
segundo a FAO], haverá a necessidade de mais superfície
para o cultivo, e isso significa que, se forem respeitadas as
normas da agricultura orgânica, seria preciso desmatar florestas.
 No entanto, com a agricultura convencional, tecnologicamente
muito avançada, seria possível cultivar em regiões de estepe
e até em desertos”, afirma Emilio Montesinos, microbiologista,
catedrático em Patologia Vegetal e diretor do Instituto de
Tecnologia Agroalimentar – CIDSAV da Universidade de Girona.

Maior rastro ecológico

Quando se fala dos gases do efeito estufa, certamente que
a primeira coisa que vem à mente é a imagem de uma
metrópole superpovoada ou a das fumegantes chaminés
de uma indústria. Mas a produção agrícola joga também seu
papel nessas emissões nocivas para o planeta. “Na verdade,
a orgânica implica, em média, uma maior emissão de dióxido
de carbono do que a convencional. É preciso levar em conta os
trabalhos do campo, a mão de obra, a menor eficiência dos
produtos fitossanitários para o controle de pragas e doenças
ou da fertilização”, explica Montesinos.
“Em um programa de produção orgânica de maçãs, por exemplo,
o controle de uma doença muito frequente denominada
sarna-da-maçã requer aplicações semanais ou mais frequentes,
durante três meses, de produtos pouco eficazes como o
bicarbonato de potássio, o enxofre e o caulim. No final desses
cuidados, isto pode significar mais de doze tratamentos.” Segundo
 o microbiologista, uma horta familiar, onde os trabalhos são
feitos manualmente, não deixaria um rastro de CO2 maior, “mas
em uma exploração de um hectare a presença do maquinário
agrícola é mais frequente e, portanto, aumentam as emissões.
Na agricultura convencional seriam usados fungicidas de
sínteses muito mais eficazes e menos tratamentos, entre dois e cinco”.
Outro aspecto importante se refere ao custo energético dos
produtos fitossanitários. O especialista exemplifica: “Em alguns
cultivos orgânicos se requer menos energia, mas às vezes se
 utilizam compostos derivados, autorizados, de cobre, com um
tremendo impacto ambiental. Embora sejam considerados naturais,
não procedem em primeiro plano de extrações diretas de
mineração, mas da reciclagem de cabos elétricos, entre outros.
Essa reciclagem tem um considerável consumo energético e
emissão de CO2.”
Com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito
estufa, a tecnologia agrícola mais promissora até o
momento corresponde à modificação genética, já que os cultivos
modificados (OGM, na sigla em inglês) se destinam a capturar
energia solar e, assim, reduzir o uso de fertilizantes. Na verdade,
um estudo de 2014 fixava em 36,9% a diminuição do uso de
pesticidas graças à modificação genética. “Tanto os cultivos
transgênicos como os convencionais realizam a fotossíntese e
fixam CO2 mediante a captura de energia solar. Os plantios
comerciais atuais ainda não incorporam uma menor necessidade
de fertilizantes porque, embora existam variedades OGM melhoradas,
não estão no mercado. No futuro estas plantas poderão reduzir
as emissões de CO2, e até mesmo ser usadas como
escoadouro”, afirma Montesinos.

Rotulagem e consciência

A agricultura orgânica é vinculada constantemente à recuperação
dos sabores de antes, o que o consumidor relaciona com um
 alimento mais saudável, diz Oltra: “É uma ideia errada: se um
tomate comprado em uma grande superfície não tem gosto de
 tomate não é pelo tipo de agricultura de que provém, mas
porque, ante uma demanda de produtos visualmente
perfeitos (escolhemos o tomate por sua cor e não pelo seu sabor),
 os produtores convencionais priorizam o atrativo do alimento,
 sacrificando seu sabor”.
Para o bioquímico e divulgador José Miguel Mulet, autor de
Los productos naturales, vaya timo (Laetoli) e Comer Sin Miedo
 (Destino), “o rótulo orgânico só diz que os que se utilizou é
natural, mas não que seja melhor nem pior. Tampouco
informa se foi aplicada alguma das numerosas exceções que
 o regulamento prevê. Só faz referência ao fato de ter sido
produzido de acordo com as normas, mas nada sobre o
impacto ecológico, como o rastro de carbono [o CO2 é
emitido em todas as fases de criação de um produto]”, afirma.
Apesar de o certificado do rastro de carbono não ser
obrigatório, há países europeus em que é comum que
os produtos orgânicos tenham esse dado assinalado em seu
 rótulo. Para Oltra, este indicador não ajuda a se ter
uma ideia real sobre se estamos diante de um produto
nocivo para a natureza ou não. “A certificação é muito importante,
mas só quando o usuário final pode entendê-la. Há outros
conceitos, como o rastro hídrico (quantificar a água que se
utilizou), que são mais compreensíveis. Mas, sobretudo, é
 necessário fazer uma comparação: quando se lê que um
produto utilizou 18 litros para um quilo e outro, 32, fica
mais claro. Com o rótulo, seria premiada a eficácia de um
consumo verde, e não só no uso da água, também em
fertilizantes e tratamentos fitossanitários”, observa.

Tudo vale a pena pela saúde?

Outro motivo pelo qual as pessoas escolhem produtos
orgânicos é porque se preocupam com a saúde. Mulet
considera que comer orgânicos não é mais saudável:
“A qualidade nutricional é semelhante tanto no convencional
 como no orgânico, outra questão é a segurança alimentar,
onde fica claro que os maiores alertas se deram no orgânico,
a começar pela crise de 2011, que causou 47 vítimas”.
“Quando não há problema de pragas e de nutrição
nas plantas, a agricultura orgânica não demanda
ações importantes para seu controle, como o uso
de pesticidas autorizados. No entanto, na prática,
 as pragas, doenças e ervas daninhas comprometem 
em perdas ao redor de 33% da produção potencial na 
agricultura convencional. É de se supor que na orgânica 
sejam ainda maiores por causa da menor eficácia dos 
sistemas de controle. Isto se traduz em que seus 
produtos apresentem maior deterioração e não se 
conservem tão bem como os convencionais, o que ocasiona 
deteriorações fúngicas. Alguns desses fungos produzem 
micotoxinas, hoje um dos problemas toxicológicos alimentares 
mais preocupantes”, conclui Emilio Montesinos.
[Albernir Querubini]

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